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A Torá desde Jerusalém


Parashá Massé

Comentário sobre a Parashá


“Preparareis cidades, cidades de refúgio...” (Bamidbar 35:1)

E falou...”Preparareis cidades, cidades de refúgio para vós e refugiar-se-á aí todo aquele que matar por erro”.  Abre-se perante nós uma parashá muito especial, quando a Torá nos obriga a construir seis cidades de refúgio depois da repartição da terra, três do lado oriental do rio Jordão e três do lado ocidental do mesmo, na terra de Canaã.  Nove tribos e meia receberam apenas três cidades de refúgio, enquanto que as outras duas tribos e meia no outro lado do rio Jordão, receberam o mesmo número de cidades, comentando os nossos Sábios que a distância do Templo e da kedushá da Terra de Israel foram a razão da diferença entre ambos.

A Torá adverte todo aquele que matou por erro que, deverá viver na cidade de refúgio até à morte do Sumo Sacerdote, comentando a Mishná que, as mães dos Sumos Sacerdotes costumavam enviar todos os dias, presentes aos refugiados para que não pedissem a morte dos seus filhos.  Como é que podemos entender que as mães tivessem que enviar presentes para que não pedissem a morte dos seus filhos?  Por acaso o Todopoderoso escutaria uma petição como essa?  Que culpa tinha o Sumo Sacerdote para ser a “causa” da desgraça destes refugiados?  Aqui a Torá dá uma lição aos dirigentes bem como a todos nós , que não somos responsáveis apenas pelos nossos factos, senão também dos que podemos evitar e não o que fazemos.  O Sumo Sacerdote como máxima instância espiritual, tinha a obrigação de educar e encaminhar o povo no seu comportamento.

Existem situações impossíveis de evitar nas quais o causante está totalmente livre de qualquer responsabilidade desses actos mas por exemplo, o lenhador que ao baixar o machado não tomou precauções de modo a evitar que a cabeça do machado ou uma lasca saíssem disparados pelo facto da queda do mesmo, ou que a descida das escadas..., todos os exemplos onde o acidente possa ocorrer e não se tomem medidas lógicas de precaução, estão mais próximo da negligência que do inevitável.

Quantos deveriam ir à cidade de refúgio!  Quando numa noite de fortes chuvas alguns circulam dentro de uma cidade a uma velocidade excessiva e os travões não podem evitar o acidente.

Um terramoto, casas derrubadas, famílias sem água nem electricidade, o mundo inteiro continua com uma certa preocupação o desenvolvimento dos acontecimentos.  Milhares de soldados, forças de resgate, bombeiros e cães-polícias unem forças para salvar esse único danificado e que era que assim fosse, já que a Torá nos ensinou: “Todo aquele que salva uma alma, é como se salvasse o mundo inteiro:”  A vida humana não tem preço e não depende de números.  Mas porque é que não somos iguais nos acidentes de trânsito?  Porque é que não lutamos com o mesmo empenho, não para salvar aquele que já se encontra enterrado baixo os escombros que não podemos evitar, senão por algo melhor, para evitar o acidente e não apenas para o ferido?  Mais ainda quando a maioria dos acidentes pode ser evitada com um pouco mais de esforço e educação cívica.

Quantos presentes teriam que mandar à mãe do Sumo Sacerdote!  Mas não se preocupem, o Sumo Sacerdote dos nossos dias teria a desculpa que todos nós conhecemos: Os acidentes acontecem em todo o mundo!

Não está ao nosso alcance evitar os terramotos, apenas podemos atenuar de algum modo os seus efeitos mas os acidentes de trânsito assim como muitos outros casos de negligência, por vezes, até previstos de antemão pelas estatísticas, são da nossa responsabilidade e devemos considerá-los quase intencionais.  As estatísticas ensinam que muitos trabalhos realizados em certas condições como os efectuados durante as noites como as grandes construções, têm uma probabilidade de acidentes trágicos exageradamente maiores que os que são realizados durante o dia.  Como pode ser que as autoridades os realizam, por mais importantes e necessários que sejam esses projectos?

A resposta pelos vistos não está na necessidade, senão no valor da vida.  Enquanto a vida for um conceito de estatística, um número ou um caso interessante, não poderemos exigir ao Sumo Sacerdote a responsabilidade do que acontece, apenas quando a vida for um valor pelo qual todos sintamos a obrigação de lutar, poderemos entender a mensagem da nossa parashá.

Shabat Shalom

Rab. Shlomó Wahnón

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